A história de Joana D'Arc - A mulher que mudou o rumo da guerra dos Cem Anos e da França

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Joana D'Arc foi uma jovem camponesa que é considerada uma heroína francesa por seu papel durante a fase final da Guerra dos Cem Anos, Joana afirmou ter tido visões do anjo Miguel, de Santa Margarita e de Catalina de Alexandria, que lhe deram instruções para que ajudasse a Carlos VII e libertasse a França da dominação inglesa no período final da Guerra dos Cem Anos, Carlos VII, que ainda não havia sido coroado, enviou Joana ao cerco Orleans como integrante de um exército de ajuda e foi ali onde ela ganhou uma grande fama porque o cerco foi levantado somente nove dias depois.  
Outras rápidas vitórias permitiram que Carlos VII fosse coroado rei da França em Reims. Esse Evento tão esperado elevou a moral francesa e abriu o caminho para sua vitória final.
Em 23 de maio de 1430 foi capturada em Compiegne pela facção borguinhona, um grupo de nobres franceses aliados com os ingleses.
Foi depois entregada aos ingleses e processada pelo bispo Pierre Cauchon por várias acusações. Declarada culpada, o duque Juan de Bedford a queimou na fogueira em Ruan em 30 de maio 1431 e estava com quase 19 anos quando faleceu. 
Em 1456 um tribunal da inquisição autorizado pelo papa Calixto III examinou seu juízo, desmentiu os cargos contra, a declarou inocente e a nomeou mártir. No século XVI a converteram em simbolo da Liga Católica e em 1803 foi declarada simbolo nacional da França por decisão de Napoleão Bonaparte. 
Foi beatificada em 1909 e canonizada em 1920. Joana D'Arcé um dos nove santos padroeiros secundários da França. Joana D'arc é famosa até os dias atuais por inspirar muitas pessoas.
A Guerra dos Cem Anos começou em 1337 como uma dispua de herançça do trono francês, intercalada com períodos ocasionais de relativa paz. Quase todo o combate deu lugar na França e empregado por parte do exército inglês de umas destrutivas táticas de terra queimada que foram devastando a economia. 
A população da França ainda não havia recuperado seu número prévio por causa da pandemia da Peste negra nos meados do século XIV e seus comerciantes estavam isolados dos mercados estrangeiros. Antes da aparição de Joana D'arc, os ingleses quase haviam conseguido seu objetivo de uma monarquia dual sob o controle inglês e o exército francês não havia conseguido nenhuma vitória importante.
Em palavras da historiadora Kell DeVries, "O reino da França nem sequer era uma sombra do que havia sido no século XIII".

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O rei francês no momento do nascimento de Joana D'arc, Carlos VI, sofria episódios de locura, que muitas vezes incapacitavam para governar. Seu irmão Luis, duqe de Orleans, e seu primo João Sem Medo, duque de Bergonha, competiam pela regência da França e a tutela das crianças herdeiras ao trono. Essa disputa incluía acusações de que Luis estava tendo uma relação extramarital com a rainha, Isabel da Baviera, e de que João Sem Medo havia sequestrado os herdeiros do trono. O conflito culminou no assassinato do duque de Orleans em 1407 por ordem do duque de Bergonha.
O jovem Carlos de Orleans sucedeu a seu pai como duque e foi posto sob a custódia de seu sogro, o conde de Armagnac. Sua facção era conhecida como a facção "Armagnac", e o partido contrário dirigido pelo duque de Bergonha se chamava a "Facção de Borgonha".
Enrique V da Inglaterra e aproveitou dessas divisões interna quando invadiu o reino em 1415, obtendo uma vitória resonante em Azincourt em 25 de outubro e posteriormente capturando muitas cidades do norte da França durante uma campanha em 1417. 
Em 1418, Paris foi tomada pelos bergonheses, que massacraram o conde de Argmagnac e a uns 2500 de seus seguidores. O futuro rei francês, Carlos VII, assumiu o titulo de delfin, o herdeiro do trono, com catorze anos, depois das mortes consecutivas de seus quatro irmãos mais velhos.

Seu primeiro ato oficial significativo por assinar um tratado de paz com o duque de Borgonha em 1419, mas isso terminou em desastre quando os partidários de Armagnac assassinaram João Sem Medo durante uma reunião sob a garantia de proteção de Carlos.

O novo duque de Borgonha, "Felipe o Bom", culpou a Carlos pelo assassinato e se aliou com os ingleses, depois do qual as forças aliadas conquistaram uma grande parte da França.
Em 1420, a rainha da França, Isabel de Baviera, assinou o Tratado de Troyes, que concedeu a sucessão do trono francês a Enrique V e seus herdeiros no lugar de seu filho Carlos. Esse acordo reviveu as suspeitas  de que o Delfin era o produto ilegitimo do rumor de romance de Isabel com o já falecido duque de Orleans. Enrique V e Carlos VI morreram com dois meses de diferença em 1422, deixando uma criança, Enrique VI da Inglaterra, como monarca nominal de ambos reinos. O irmão de Enrique V, João de Lancaster, primeiro duque de Bedford, se converteu em regente.
Quando Joana D'Arccomeçou a influenciar nos acontecimentos em 1429, quase o norte da frança e algumas partes do sudoeste estavam sob o controle anglo-borgonhesa. Os ingleses controlavam Paris e Ruan,  enquanto que a facção borgonhesa controlava Reims, tradicional lugar da coroação dos reis franceses. Isso era crucial, porque nenhum dos contundentes pela coroa havia sido ainda entronizado. Desde 1428 Orleans estava sendo cercada pelos ingleses, uma das poucas cidades ainda leais a Carlos VII e um objetivo importante, já que ocupava uma posição estratégica para dominar o resto da França. Ninguém era otimista sobre a resistência da cidade. Durante gerações houve profecias na França que prometeram que a nação seria salva por uma donzela das "fronteiras de Lorena", "que faria milagres" e que a França se perderá por uma mulher "Isabel da Baviera" e depois será restaurada por uma donzela" .  
Joana era filha de Jacques d"arcd e Isabelle Romée, e residentes em Domrémy, uma vila que então estava na parte francesa do ducado de Bar. Seus pais eram proprietários de vinte hectares de terre e além disso seu pai complementava seu trabalho como fazendeiro com um posto menor como funcionário da aldeia, recebendo impostos e dirigindo a guarda local. Viviam na região isolada do leste da França que permaceu fiel a coroa francesa apesar de estar rodeada de terras pro borgonhanas. Houve diversas incursões militares borgonhanas durante a infância de Joana e em uma ocasião a vila foi incendiada. Joana D'Arc era analfabeta e se pensa que em suas cartas foram ditadas por ela e escrita e as assinou com a ajuda de outros. 

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Em seu juízo, Joana declarou que tinha uns 19 anos, o que implica que pensava que havia nascido cerca de 1410. Mais tarde testificou que experimentos sua primeira visão em 1425 com a idade de 13 anos, quando estava no jardim de seu pai e viu visões de figuras que identificou como o arcanjo Miguel, Santa Margarita e Catalina de Alexandria, que lhe disseram que expulsaria aos ingleses e levaria o delfin a Reims para sua consagração. Afirmou que a primeira vez que escutou uma voz notou uma grande sensação de medo e que essa vinha do lado da igreja, normalmente quando se foram porque era muitos bonitos. 
Aos 16 anos, pediu a um parente chamado Durand Lassois que a levasse à cidade perto de Vaucouleurs, onde solicitou ao comandante da guarnição, Robert de Baudricourt, uma escolta armada para levar-la a corte Real francesa em Chinon.  
A resposta sarcástica de Baudrcourt não a dissuadiu. Voltou no seguinte janeiro e teve o apoio de dois dos soldados de Baudricourt: Jean de Metz e Bertrand de Poulengy. Segundo Jean Metz, ela lhe disse que devo estar ao lado do Rei. Não haverá ajuda para o Reino salvo a minha. Preferia ter seguido fiando lã ao lado de minha mãe. 
Porem devo ir a fazer isso porque meu Senhor quer que o faça.
Sob os auspícios de Jean de Metz e Bertrand de Poulengy, a receberam pela segunda vez nesse momento previu o revés militar na batalha de Rouvrayy perto de Orleans vários dias antes que chegassem os mensageiros informando da derrota francesa. Seggundo o Journal du Siege d'Orleans, que retrata a Joana D'arc como uma figura milagrosa, ela se inteirou da batalha através da graça divina enquanto atendia seus rebanhos em Lorena e usou essa revelação para persuadir a Baudricourt a levar antes o Delfin.  
Robert de Baudricort lhe autorizou a Joana D'ard uma escolta para visitar Chinon depois de que as notícias de Orleans confirmassem sua previsão da derrota. Fez a viagem através do território hostil de Borgonha disfarçada de soldado, um fato que mais tarde a levaria a ser acusada de travestismo, embora suas escoltas a viram como uma precaução lógica. Dois dos membros dessa escolta afirmariam um tempo depois que elas e outras pessoas de Vaucouleurs lhe entregassem essa indumentária e lhe sugeriram vesti-la. 

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O primeiro encontra de Joana D'Arc com Carlos teve lugar na corte Real na cidade de Chinon em 1429, quando ela tinha 17 anos e ele 26 anos, Depois de ir à Corte, ela causou uma grande impressão em Carlos Durante a conferência privada que mantiveram. Nessa época a sogra de Carlos, Yolanda de Aragón, estava planejando financiar uma expedição de socorro da assediada cidade de Orleans. Joana D'Arc pediu permissão para viajar com o exército e vestir uma armadura protetora, que lhe foi proporcionada pelo governo Real.
A jovem camponesa dependia das doações para se equipar com armaduras, cavalos, espadas, estandarte e o resto de petrechos de seu séquito. O historiador Stephen W. Richey explica a atração da corte Real por essa jovem plebeia dizendo que talvez a viam como a única fonte de de esperança para um regime que estava perto do colpaso:

Depois de anos de uma humilhante derrota depois de outra, tanto na liderança militar como no civil da França estavam desmoralizados e desacreditados. Quando o Delfin Carlos subiu a solicitação urgente de Joana D'Arc de ser equipada para a guerra a cabeça de seu exército, sua decisão devia se basear na qual sabia que qualquer decisão ortodoxa ou racional já se havia provado e havia falhado.
Somente um regime desesperado prestaria atenção a uma menina analfabeta que afirmava que a voz de Deus lhe estava ordenando que lhe fizesse cargo no exército de seu país e o levaria a vitória.

Depois de sua chegada a cena, Joana D'Arc converteu efetivamente no prolongado conflito anglo-francês em uma guerra religiosa, um novo rumo que não estava fora de risco. Aos conselheiros de Carlos lhes preocupava que isso não se demonstrava fora de toda a dúvida a ortodoxia de Joana D'Arc - que não era uma herege ou una feiticeira -, os inimigos do Delfin poderiam facilmente alegar que sua coroa era um presente do diabo. Para evitar essa possibilidade, o Delfin ordenou investigar seus antecedentes e um exame teológico em Poiters para verificar sua moralidade. Em abril de 1429, a comissão de investigação a declarou como uma menina de vida  irrepreensível, uma boa cristã, possuída das virtudes da humanidade, a honestidade e a sensatez. 
Os teólogos do Poitiers não tomaram uma decisão sobre o tema das inspirações divinas; no lugar informaram o Delfin que havia uma presunção favorável sobre a natureza divina de sua missão. 
Isso convenceu a Carlos, mas também declarou que tinha a obrigação de colocar a prova a Joana. Assim, afirmaram que duvidar dela ou abandonar-la sim suspeitar do mal seria repudiar ao Espírito Santo e ser digno da ajuda de Deus. Recomendaram que as afirmações da camponesa se corroborassem vendo se podia levantar o assédio de Orleans como havia previsto. 
Joana D'Arcchegou à cidade sitiada de Orleans em 29 de abril de 1429. Juan de Orleans, cabeça da família de duques de Orleans em seu nome de seu meio irmão cativo, inicialmente a excluiu dos conselhos de guerra e não lhe informou quando o exército se enfrentou o inimigo. Porém, sua decisão de excluir-la não impediu sua presença na maioria dos conselhos e batalhas. Segue sendo motivo de bate historicamente da verdadeira participação e liderança militar de Joana D'arc. Por um lado, ela declarou que portou seu estandarte na batalha e nunca havia matado a ninguém, pois preferia seu estandarte em vez de sua espada; o exército sempre esteve dirigido por um nobre, como o duque da Alençon. Por outro lado, muitos desses nobres chegaram a afirmar que Joana D'Arc teve um profundo efeito em suas decisões porque aceitaram seus conselhos muitas vezes na crença de que era fruto de inspirações divino. Em qualquer caso, os historiadores coincidem no que o exército francês anotou de importantes vitórias durante o breve tempo que Joana D'Arc esteve com eles. 



AS CAMPANHAS MILITARES 

A aparição de Joana D'Arc em Orleans coincide com uma mudança repentina do assédio. Durante os cinco meses anteriores  sua chegada, os defensores haviam tentado somente a um assalto ofensivo que havia terminado em uma derrota.
Portanto, em 4 de maio os franceses da facção de Armagnac atacara e capturaram a bastilha de Saint-Loup. uma fortaleza periférica, ao qual seguiu em 5 de maio o avanço contra uma segunda fortaleza chamada Saint Jean le Blanca, que encontraram abandonada.
Quando as tropas inglesas saíram para se opor ao avanço, uma rápida carga de cavalaria os obrigou a voltar as suas fortalezas, ao parecer sem lutas. Os Armagnac atacaram e capturaram uma fortaleza inglesa construída ao redor de um monastério Agostino. Nessa nite, as tropas de Armagnac mantiveram posições na margem sul do rio antes de atacar a fortaleza principal inglesa. "Les Tourelles", na manha de 7 de maio.
Os contemporâneos reconheceram a Joana D'Arc como a heroína do combate, durante no qual foi ferida por uma flecha de entrou no pescoço e no ombro enquanto segurava seu estandarte na trincheira na frente de "Les Tourelles".
Apesar de tudo, voltou mais tarde para incentivar as tropas em um assalto final que conseguiu a rendição da fortaleza. Os ingleses se retiraram  de Orleans no dia seguinte, com o qual acabava um assédio que havia durado quase sete meses.
Em Chinon e Poitiers, Joana D'Arc prometeu que proporcionaria um sinal em Orleans. O levantamento do assédio foi interpretado por muitas pessoas como esse sinal, no qual ganhou o apoio de destacados clérigos como o Arcebispo de Embrun e o teólogo Juan Gerson, que escreveram tratados de apoio a jovem depois de conhecer esses eventos.
Para os ingleses, a habilidade dessa camponesa para derrotar seu exército se considerava uma prova de que o diabo a possuía; o medievalista britânico Beverly Boyd disse que essa acusação não era somente propaganda, mais sim uma crença sincero entre os ingleses, porque a idéia de que Deus estava aprovando aos franceses através de Joana D'Arc não beneficiava em absoluto aos ocupantes anglos-saxões.

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A rápida vitória em Orleans também deu lugar a muitos novos planos de ofensiva militar. Joana persuadiu a Carlos VII para que permitisse acompanhar o exército com o duque João VII d"Alençon. além disso, o Delfin deu sua permissão para que levasse ao fim  um plano de recuperação de pontes perto do rio Loira como prelúdio para um avanço geral em direção a Reims, em cuja catedral se celebraria sua coroação como rei da França. Era um plano audaz porque Reimz se encontrava a quase o dobro de distância que Paris e chegar até a cidade obrigada a avançar profundamente em território inimigo. O duque de alençon aceitou os conselhos de Joana D'Arc sobre a estratégia a seguir. Outro comandante, Como João de Orleans, tinha ficado impressionado por suas façanhas durante o assédio e se converteram em partidários da jovem camponesa. O duque de Alençon afirmou que Joana D'arc lhe havia salvado a vida ao adverti-lo que um canhão da muralha de Jargeau estava a ponto de disparar contra ele. 
O exército inglês se retirou do Valle da Loira e se dirigiu em direção ao norte em 18 de junho, unindo-se a uma unidade de reforços sob o mando de Sir Jonh Fastolf. Joana D'Arc aos Armagnac ao sair em sua persecução e assim ambos os exércitos chocaram ao sudoeste da vila de Patay.
A batalha de Patay pode ser comparada com a de Azincourt (1415), mas com o desenlace oposto. A vanguarda francesa atacou a uma unidade de arqueiros ingleses que haviam sido dispostos para bloquear o caminho. Os arqueiros foram derrotados e isso dizimou o corpo principal do exército inglês, cujos comandantes foram mortos ou capturados em sua maioria. Fastolf conseguiu escapar com alguns soldados, mas se converteram no bode expiatório da humilhante derrota inglesa. Os franceses sofreram poucas perdas.


REIMS E PARIS


 O exército francês partiu de Gien em 29 de junho e emprendeu a marcha para Reims. A cidade de Auxerre, que estava sob controle borguinhões, lhe apresentou em sua rendição incondicional em 3 de junho, ao igual que outras cidades que cruzaram pelo caminho em 3 de julho, igual que outras cidades que cruzaram pelo caminho de Saint Forgeau, Mezilles, Saint Florentim e Saint Paul. Em Troyes, a cidade na qual se assinou o tratado de que havia trado de deserdar a Carlos VII, houve uma breve resistência. Ao chegar ali o exército já estava escasso de alimentos, mas eve a sorte de que um frade errante chamado Hermano Richard, que levava tempo prevendo o fim do mundo na cidade, havia convencido aos habitantes para plantar feijões, que maduram logo. Para quando chegassem os soldados famintos tivessem comida com que se alimentar. Troyes capitulou depois uma breve e sem sangue apenas em quatro dias.
Reims abriu suas portas a exército em 16 de setembro de julho de 1429 e a coroação de Carlos VII foi celebrada na manhã seguinte. Embbora Joana D'Arc e o duque de Alençon instalaram uma rápida marcha em direção a Paris, a Corte Real preferiu negociar uma trégua com o duque Felipe de Borgonha, que violou o propósito do acordo ao usar-lo como uma tática dilatória para reforçar a defesa de Paris.
O exército francês atravessou várias cidades próxima a Paris durante o interino e aceitou a rendição de várias delas sem lutar. O duque de Bedford encabeçou uma força inglesa para se enfrentar ao exército de Carlos VII na batalha de Montepilloy em 15 de agosto, um choque de resultado indeciso. O assalto francês a Paris foi feita em 8 de setembro e no transcurso do mesmo Joana D'Arc recebeu uma ferida na perna por uma flecha, apesar da qual permaneceu em uma trincheira até que um dos comandantes a levou a um lugar seguro.
Na manhã seguinte, o exército recebeu uma ordem real de se retirar. A maioria dos historiadores culpa a Grande chambelain da França Georges da Tremoille pelos erros políticos que seguiram a coração. Em outubro, Joana D'Arc estava com o exército real quando tomou Saint Pierre le Moutirer, mas depois tiveram lugar duas tentativas falidas em novembro e dezembro por conquistar La Charite sur Loire. Em dezembro, Joana D'Arc e sua família foram enobrecidas por Carlos VII como recompensa por suas ações.

CAPTURA DE JOANA D'ARC



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Nos seguintes meses esteve vigente uma trégua com os ingleses. Por tanto, Joana D'Arc centrou sua atenção em outros assuntos. Em 23 de março de 1430 ditou uma carta ameaçadora aos husitas, um grupo dissidente que havia quebrado com Igreja Católica sobre vários pontos doutrinais e havia derrotado a várias cruzadas anteriores enviadas contra eles. A carta de Joana D'Arc prometia eliminar sua loucura e superstição suja, arrebatando-lhe sua heregia as suas vidas. Joana D'Arc que era uma católica fervorosa que odiava todas as formas de heresia, também enviou uma carta desafiando aos ingleses a deixar a França e seguir com ela a Bohemia para derrotar aos husitas, uma proposta que não recebeu proposta.  
A trégua com a Inglaterra chegou a seu fim. Joana D'Arc viajou a Compiegne no seguinte mês de maio para ajudar a defender a cidade contra um cerco inglês e borguinhão. Em 23 de maio de 1430 se encontrava com uma força do exército que tentou atacar o acampamento Borguinhão  em Margny, ao norte de Compiegne, quando caiu em uma emboscada e foi capturada.
Quando suas tropas se retiraram em direção as fortificações próximas do avanço de uma força de 6000 borguinhões, Joana D'Arc permaneceu com a retaguarda, que foi rodeada pelo inimigo e ela acabou derrubada de seu cavalo por um arqueiro. Aceitou se render a um nobre do bando borgonhês chamado Lionel de Wandomme, membro da unidade de João de Luxemburgo.  
 Joana D'Arc foi presa pelo borgonhês no castelo de Beaurevoir. Fez vários tentativas de escapar, em uma das quais pulou desde a torre de 21 metros na qual estava confinada e caiu sobre a terra de um foço seco. Depois dessa tentativa de fuga, foi enviada para a cidade borguinhona de Arrás.
Os ingleses negociaram com seus aliados borgonheses a transferência de seu posterior juízo. O acordo definitivo exigia que os ingleses pagassem a soma de 10.000 libras de Turena para a entrega da jovem. 
Os ingleses levaram a Joana D'Arc para a cidade de Ruan, que era seu centro de operações na França. O historiador Pierre Champion afirma que os franceses da facção de Armagnac tentaram resgata-la várias vezes lançando ofensivas militares para Ruan enquanto estava ali presa. Uma campanha teve lugar durante o inverno de 1430 a 1431, outra em março de 1431 e outra no fim de maio, pouco antes de sua execução; todas em vão. Champion também cita fontes do século XV que dizem que Carlos VII ameaçou se vingar das tropas de Borgonha que haviam capturado e dos ingleses e as mulheres da Inglaterra em represália.



O JUÍZO


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O juízo por herezia que foi submetido a Joana D'Arc teve motivações políticas. O tribunal estava composto inteiramente por clérigos pro ingleses e borgonheses, e supervisado por comandantes ingleses, incluindo o duque de Bedford e o conde de Warwick.
Em palavras da medievalista britânica Beverly Boyd, a Coroa inglesa pretendia que esse juízo fosse um estratagema para desfazer de uma estranha prisioneira de guerra com a máxima vergonha para seus inimigos.
Os procedimentos judiciais começaram em 9 de janeiro de 1431 em Ruan, cidade sede do governo da ocupação inglês. O procedimento foi suspeitoso em vários pontos, que depois provocaria criticas ao tribunal por parte do inquisidor chefe que investigou o juízo depois da guerra.

Segundo a lei eclesiástica, o bispo Pierre precisava de jurisdição sobre o caso, pois devia seu nomeamento a seu apoio partidista à Coroa inglesa, que financiou o juízo. Sob o nível das provas apresentadas também violou as regras inquisitoriais.
O notário clerical Nicolas Bailly, a quem se lhe encarregou recolher testemunhos contra Joana D'Arc, não pode encontrar evidências adversas, por que o tribunal carecia de fundamentos para iniciar o juízo. Ao abrir um juízo e todos os modos, o tribunal também violou a lei eclesiástica ao negar-lhe a Joana D'Arc o direito a um assessor legal.
Alem do fato de que todos os membros desse tribunal foram clérigos pro ingleses era contrário ao requisito da Igreja medieval de que os juízos por heresia foram julgados por um grupoo imparcial ou equilibrados de clérigos.
Depois a abertura da primeira vista pública, Joana D'Arc se queixou de que todos os presentes eram inimigos de sua causa e pediu que convidasse "clérigos do lado francês'' para ter certo equilibro, mais sua solicitação foi denegrida. O vice inquisidor do norte da França, Jean Lemaitre, se opôs ao juízo desde o início, e várias testemunhas presenciais disseram mais tarde que os ingleses ameaçaram sua vida para que cooperasse. Outros clérigos participantes no juízo também receberam ameaças para que não recusassem cooperar, como lhe aconteceu ao frade dominicano Isambart de la Pierre. 

 Os arquivos do juízo contêm declarações de Joana D'Arc que as testemunhas disseram mais tarde que assombraram o tribunal, já que era uma camponesa analfabeta e, portanto, não pode ​fugir das enganações teológicas que o tribunal plantou para enganá-la.
O intercâmbio mais famoso da transcrição é um exercício de sutileza:
"Quando lhe perguntaram se sabia que estava na Graça de Deus, respondeu:
'Se não estou, que Deus me coloque ali; e se estou que Deus me mantenha assim. Seria a criatura mais triste do mundo se soubesse que não estava em sua graça".
Era uma pergunta enganosa porque a doutrina da igreja sustentava que ninguém podia estar certo de contar com a graça de Deus. Se soubesse respondido que sim, haveria sido acusada de heresia. Se tivesse respondido que não, então teria confessado sua própria culpa. O notório do tribunal, Boisguillaume, declarou mais tarde que no momento que escutaram sua resposta: "Os que a interrogavam ficaram estupefatos"

Vários membros do tribunal declararam mais tarde que algumas partes importantes da transcrição foram falsificadas para prejudicar a Joana D'Arc. Segundo as pautas foram inquisitoriais, ela deveria ter sido confinada em uma prisão eclesiástica sob a supervisão de guardas femininas, isso quer dizer, monjas.
Em troca, os ingleses a mantiveram em uma prisão secular custodiada por seus próprios soldados. O bispo Cauchon negou as petições de Joana D'Arc ao Concílio de Basiléia e ao Papa, que deveriam ter detido seu juízo.
Os doze artículos de sua acusação que resumiam as conclusões do tribunal contradiziam o expediente judicial, que já havia sido manipulado pelos juízes. Sob ameaça de execução imediata, a acusada analfabeta firmou um documento de abjuração que não entendeu depois no qual o tribunal substituiu essa abjuração por outra diferente no arquivo oficial da causa.



ACUSAÇÃO DE TRAVESTISMO 


A heresia somente era um delito castigado com pena de morte se a ofensa se realizava mais de uma vez. Devido a qual o tribunal buscava acabar com a vida de Joana D'Arc, prepararam uma acusação por  delito de travestismo, segundo afirmaram testemunhas presenciais. Joana D'Arc aceitou usar roupa femenina quando abjurou o que criou um problema porque até então havia usado na prisão uma roupa de soldado, segundo disseram depois alguns membros do tribunal. A roupa de homem se podia apertar de tal maneira que dissuadia os guardas de tentar uma violação pela dificuldade de lhe arrancar as roupas. Provavelmente Joana D'Arc tirava essa roupa porque o juiz a confiscaria e por tanto ficaria sem essa proteção.
Um vestido de mulher não oferecia essa segurança; de fato, poucos dias depois de sua abjuração, ela lhe deu a um membro do tribunal que "um importante lord inglês havia entrada na prisão e tratado de tomar-la por força".
Voltou a se vestir como um homem, talvez para tratar de evitar um abuso sexual ou, segundo o testemunho de Jean Massieu, porque os guardas lhe haviam tirado seu vestido e não tinha nada mais para colocar.
De fato que voltasse a vestir a roupa de homem foi interpretado pelo tribunal como uma recaída no delito de heresia por travestismo, embora isso discordasse o inquisidor que presidiu o tribunal de apelações que examinou o caso depois da guerra. 
A doutrina católica medieval sustentava que o travestismo devia avaliar em função do contexto, tal como estabelece a Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino, que diz que a necessidade seria uma razão permissível para se travestir. Isso incluía o uso de roupa como proteção contra a violação.
Em termos doutrinais, estava justificado que Joana D'Arc tivesse ataviado durante sua viagem por territórios inimigo, também de vestir uma armadura em combate e roupa masculina como proteção nos acampamentos e na prisão.
A Chronique de la Pucelle, de fato, conta que essa roupa dissuadiu de abuso sexual quando acampava com os soldados, mas quando não necessitava a indumentaria castrense se ponhava vestido feminino. Os membros do clero que testificaram no juízo da reabilitação póstumo afirmaram que ela seguiu levando roupa de homem na prisão para dissuadir o abuso sexual e a violação. 

Joana D'Arc no tribunal de investigação de Poitiers quando lhe perguntou sobre o assunto. Os arquivos daquele tribunal não se conservam, mas as circunstâncias fazem pensar que os clérigos que componha aprovaram essa prática. Além disso, ela seguiu mantendo o cabelo curto enquanto participou na campanha militares e quando esteve na prisão.
Seu partidário, como o teológo Juan Gerson, defenderam essa prática, assim como fez depois o inquisidor Jean Brehal durante o juízo de reabilitação.
Portanto, no juízo de 1431 Joana D'Arc foi condenada e sentenciada a morte. A historiadora Beverly Boyd afirma que aquele processo judicial foi tão injusto que as transcrições do mesmo se usaram no século XX para canonizada.   


EXECUÇÃO DE JOANA D'ARC NA FOGUEIRA 



joana d'arc na fogueira




Várias testemunhas descreveram a cena da morte na fogueira de Joana D'Arc em 30 de maio de 1431. Amarrada a um alto pilar na praça de Vieux Marche de Ruam, pediu aos frades Martin Ladvenu e Isambart de la Pierre que sustêm um crucifixo.
Um soldado inglês fabricou uma pequena cruz que ela colocou enfrente a seu vestido. Uma vez morta, os ingleses esparramaram as brasas para expor seu corpo carbonizado e que assim ninguém afirmasse que tivesse escapado com vida. Depois queimaram seus restos duas vezes para reduzir-los a cinzas e evitar que recolhessem como relíquias, depois jogaram seus restos no rio Sena. O Verdugo Geoffroy Thérage diria depois que temia ser amaldiçoado porque havia queimado a uma mulher santa.


A guerra dos Cem Anos durou vinte e dois anos mais tarde da execução de Joana D'Arc. Carlos VII conservou a legitimidade como rei da França apesar da coroação de um rival, um menino que esse dia cumpria dez anos, Enrique VI, na catedral de Notre Dame de Paris em 16 de dezembro de 1431. Antes que a Inglaterra pudesse reconstruir o poderio militar e sua temida força de arqueiros, esses dizimados em 1429 perderam sua aliança com Borgonha com a assinatura do Tratado de Arras em 1435. O duque de Bedford morreu nesse mesmo ano e Enrique VI se converteu no rei mais jovem da história da Inglaterra em governar sim regente. Sua fraca liderança foi provavelmente o fator decisivo na final de tão prolongado na França. A historiadora Kelly Devries suste que o uso agressivo na França. A historiadora Kelly Devries suste que o uso agressivo da artilharia e os assaltos frontais que havia empregado Joana D'Arc influenciaram nas táticas francesas que o resto da guerra.
Em 1452, durante a investigação póstuma sobre sua execução, a Igreja declarou que a peregrinação na celebração de um oficial religioso em Orleans em sua honra permitisse aos assistentes obter uma indulgência, isso quer dizer que a remissão temporal do castigo por um pecado.


NOVO JUÍZO DE JOANA D'ARC




Depois do final da Guerra dos Cem Anos foi aberto um novo juízo póstumo sobre o caso de Joana D'Arc. O papa espanhol Calixto III autorizou o processo, também conhecido como o "juízo de anulação" ou de "rehabilitação", por petição expressa do inquisidor general da França Jean Brehal e de mãe de Joana D'Arc Isabelle Romee.
O propósito era investigar o juízo de condenação e seu veredito se havia realizado de maneira justa e de acordo com o direito canônico.
Tudo começou com uma investigação de Guillaume Bauillé, teólogo e ex reitor da Universidade da Sorbana de Paris. Brehal realizou uma investigação em 1452 e em novembro de 1455 se apresentou uma apelação formal. Esse processo judicial envolveu a clérigos de toda a Europa e respeitou as normas de um procedimento judicial.
Um conjunto de teólogos analisou os testemunhos de 115 testemunhas presenciais da vida e morte da Donzela de Orleans, a raiz do qual Brehal redatou um resumo final em junho de 1456 no que descreve a Joana D'Arc como uma mártir e já falecido Pierre Gauchon como um herege por ter condenado uma mulher inocente em uma busca de uma vingança secular. 
A razão técnica de sua execução havia sido uma lei bíblica sobre vestimenta. Esse novo juízo reverteu a condenação em aprte porque o processo não havia sido considerado as excepções doutrina a essa restrição na indumentaria feminina. O tribunal de apelações a declarou inocente em 7 de julho de 1456. 



A CANONIZAÇÃO DE JOANA D'ARC


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 No século XVI, durante as Guerras de religião na França em (1562 a 1598) entre os católicos e gunonotes protestantes, a Liga Católica converteu a Joana D'Arc em um simbolo de sua causa. 
Quando Félix Dupanloup foi nomeado o bispo de sua causa em Orleans em 1849 pronunciou um fervoroso panegirico sobre Joana D'Arc que chamou a atenção tanto na França como na Inglaterra, depois do qual liderou os esforços que culminou a beatificação da donzela em 1909. Foi canonizada como santa da Igleja Católica romana em 16 de maio de 1920 pelo papa Benedicto XV em sua bula Divina dispoente.


O LEGADO DE JOANA D'ARC


Joana D'Arc se converteu em uma figura semi lendário durante os quatros séculos posteriores a sua morte. As principais fontes de informação sobre ela são as crônicas, como os cincos manuscritos originais de seu juízo de condenação que apareceram em antigos arquivos durante o século XIV. Pouco depois, os historiadores também localizaram os registros completos de seu juízo de reabilitação, que tinha testemunhos jurados de 115 testemunhas, e as notas originais no idioma francês na transcrição em latim do juízo de condenação. Também apareceram várias cartas contemporâneas, três dos quais levam a assinatura de traços inseguros de Joana D'Arc, próprios de alguém que apenas sabia escrever. 
Essa riqueza incomum de fontes primárias levou a Kelly DeVries a afirmar que "nenhuma pessoa da Idade Média, homem o mulher, teria sido objeto de estudo".

Joana D'Arc saiu de um povo esquecido e pulou para a fama quando era uma camponesa adolescente e iletrada. Os reis franceses e ingleses haviam justificado a interminável guerra mediante interpretações competitivas de direito, primeiro em relação com a reinvidicação de Eduardo III ao trono francês e depois de Enrique VI. 
O conflito havia sido uma disputa legalista entre duas famílias reais emparentadas, mas Joana D'Arc o transformou com uma dimensão religiosa. Em palavras do historiador Stephen Richey:
"Converteu o que havia sido uma mera disputa dinástica que não importava ao povo, exceto por seu próprio sofrimento, em uma apaixonada guerra popular de liberação nacional. Richey também expressa a amplitude de seu eco posterior.

"Quem se interessaram por ela nos cincos séculos posteriores a sua morte de convertida em todo tipo de coisas: fanática demoníaca, mística espiritual, ingênua e tragicamente manipulada ferramenta dos poderosos, criadora e ícone do nacionalismo popular moderno, heroína moderna, e santa.
Ela insistiu, inclusive quando a ameaçaram com torturar-la e a enviaram a morrer na fogueira, que estava guiada pelas vozes de Deus. Com ou sem as vozes, suas conquistas deixaram sacudindo a cabeça do assombro a qualquer que conheça sua história". 

Desde a poetiça Christien de Pizan (1364 - 1430) até a atualidade, as mulheres consideraram a Joana D'Arc como um exemplo positivo de mulher valente e atica. Ela se movia dentro de uma tradição religiosa que acreditava que uma pessoa excepcional de qualquer estamento da sociedade poderia receber uma chamada divina. 
Parte da ajuda mais importante que veio das mulheres:
A sogra de Carlos VII, Yolanda de Aragón, confirmou a virgindade de Joana D'Arc e financiou sua expedição a Orleans. Joana D'Arc, condessa de Luxemburgo, tia do conde de Luxemburgo que a manteve presa em Compiegne, aliviou suas condições de cativeiro e pode atrasar sua entrega aos ingleses. Finalmente, Ana de Borgonha, duquesa de Bedford e esposa do regente da Inglaterra, declararam Joana D'Arc virgem durante as investigações prévias ao juízo.

Três navios de guerra da Marinha Nacional Francesa levaram seu nome, incluíndo um cruzeiro porta-helicópteros que foi retitado do serviço em 2010. O partido político francês de extrema direita Agrupação Nacional celebra comícios em frente a suas estátuas, reproduz sua imagem nas publicações do partido e utiliza como emblema uma chama tricolor simbólica de seu martírio.
Os rivais políticos desse partido as vezes satirizam sua apropriação de sua imagem. A Festa Nacional de Joana D'Arc e do Patriotismo é celebrada na França cada segundo domingo de maio desde 1920.



AS VISÕES DE JOANA D'ARC


Em analises das visões de Joana D'Arc não está fora de problemas, já que a principal fonte de informação sobre essa tema é a transcrição do juízo de condenação na qual ela desafiou o procedimento habitual de um tribunal e se negou especialmente a responder todas as perguntas sobre suas visões. 
A donzela se queixou de sua testificação entraria em conflito com um juramento prévio de confidencialidade que havia contraído no referente nas reuniões com seu rei.
Desconhece-se de que maneira as transcrições conservadas poderiam ser uma manipulação dos corruptos funcionários judiciais sobre as visões assegurando que a convicção de Joana D'Arc em que havia recebido a chamada de Deus é mais relevante que as perguntas sobre a origem das últimas visões. 
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